13 de junho de 2014

três anos depois*

Entrei no ISCEM por circunstâncias não muito felizes. Três anos de secundário atribulados, resultados menos bons do que esperava. Pessoas que se foram perdendo, daquelas que acreditamos serem para sempre. 
Não consegui entrar no ensino público, no curso que queria. Corri todos os sites de todas as faculdades deste país até parar neste. Cativou-me porque tinha cadeiras de jornalismo e acreditei que isso podia compensar a falha de não ter entrado no curso certo. Ainda tentei a segunda fase mas rapidamente percebi que não dava.
Lembro-me perfeitamente do primeiro dia. As pessoas, as caras que nunca tinha visto. Estava sozinha, numa cidade que não era a minha, à espera de encontrar um sítio que me ajudasse a concretizar os meus sonhos. Recordo as palavras, os primeiros professores, o medo de falhar. Ali, eu não podia falhar. 
Confesso que o ISCEM não me deu tudo aquilo que esperava. Mas deu-me outras coisas. Talvez melhores, mas com certeza diferentes. Entrei cheia de sonhos. Sabia bem aquilo que queria e onde queria estar três anos depois.
Nesta faculdade não encontrei nenhum curso cheio de livros gordos ou matéria para decorar. Encontrei experiências diferentes e que agora sei que me ajudaram a crescer.
No segundo ano estagiei na área que mais gosto - o jornalismo. Continuo a dizer que foi das melhores e maiores experiências da minha vida. 
No meio de todos os defeitos que a minha faculdade tem, aprendi a retirar os melhores pontos e a deixar os piores para trás. Mesmo que, tantas vezes, seja difícil. No meio de todas as contrariedades e três anos depois saio com quatro projectos que me deram muito, muito gozo a realizar. Saio diferente daquilo que entrei. Os sonhos continuam cá mas aprendi que não podemos querer ser mais teimosos que o mundo. Que é preciso tempo e paciência.
Levo muita coisa: muitas horas de viagem, quatro casas diferentes em Lisboa que me trouxeram pessoas fantásticas e me retiraram outras que mais tarde ou mais cedo iam acabar por ir embora. Levo jantares e noites bem passadas. Levo experiências, momentos menos bons e levo desilusões. Ah, e trouxe uma cadela linda.
Três anos depois resta-me agradecer. A quem nunca deixou de estar ao meu lado, aos bons amigos que sei que levo desta faculdade e aos que foram aparecendo ao longo do tempo (e aos meus pais que bancaram isto tudo e sei que não foi fácil). E resta-me esperar que as pessoas não se percam umas das outras e que a vida nos volte a cruzar tantas e tantas vezes. 
Aos que vão entrar agora só vos digo que estes serão, muito provavelmente, os melhores anos das vossas vidas. Aos que estão a acabar, não tenham muita pressa e aproveitem.
Passou a correr. Agora é tempo para novos desafios. Sem remorsos, sem angústias. Porque é esta a magia da vida: lutar constantemente para encontrar lugares que nos fazem felizes.

*ou a publicação sentimental que prometi sobre este tema.

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