4 de junho de 2014

A crise dos 20 existe?

Estou a menos de um mês de acabar a minha licenciatura [promete-se publicação sentimental sobre o assunto]. Tenho vinte anos. Sempre acreditei que a transição ia ser fácil. Esta mania de que somos grandes e cheios de responsabilidade não passa apenas disso... uma mania. Que vamos ser capazes de fazer tudo. Chegamos a uma empresa e já está, é tudo nosso! Que adaptar ao mercado de trabalho é giro e fantástico.
Pois, na realidade não é.
A menos de um mês de acabar a licenciatura e a um mês e pouco de entrar numa empresa como estagiária do departamento de Comunicação durante, pelo menos, um ano estou a entrar numa depressão profunda.
Sei que isto pode parecer fútil e desagradável mas, perdoem-me, é isto que pensam as pessoas com vinte anos.
O primeiro problema prende-se com o meu ar de quinze. A partir da altura em que o senhor do talho me dá 14/15 anos começo a acreditar que, um dia, vou estar a trabalhar e um cliente vai pensar que sou só a filha ali do colaborador do lado. 
Depois, estive quinze anos habituada a férias de três meses garantidas e é difícil imaginar que agora há mapas para preencher. Que se calhar o verão vai deixar de ser Julho, Agosto e Setembro quase completos. Que o espaço para as noites compridas, os festivais e o chinelo no dedo o tempo todo vai ser mais curto.
Para além disso, estou a padecer de um problema relacionado com o guarda-roupa. Eu não tenho roupa para ser levada a sério. Não vivo sem umas boas Converse nos pés ou uns Nike bem jeitosos. Só visto calças de ganga e está uma coleção para lá de gira de tops na zara. Com alças e costas de fora. A combinarem lindamente com um bronzeado e um biquini.

Provavelmente, daqui a vinte anos, quando chegar a vez da crise dos quarenta já me habituei aos saltos altos [que me fazem parecer ter problemas motores] e aos vestidos de seda. Já vou estar a falar de rugas e do colégio que está caro. Até lá, vou viver a minha agonia com a roupa e por não poder passar o verão de calções a mostrar a minha óptima cor. 

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