15 de fevereiro de 2015

em 2014, sobre amizade e de quando escrevi nas costas de um envelope.

Pedi tantas vezes, ainda que inconscientemente, para que ele saísse da minha vida. Era mais fácil. É sempre mais fácil quando podemos eliminar tudo aquilo que nos preocupa. Que nos destrói. Que não nos faz sentir bem. Pedi tantas vezes ao mundo, ao karma, à vida para o levar para longe e para nunca mais ter que o ver. Olhos que não vêm, coração que não sente. E eu sentia demasiado para poder continuar a lidar com ele, todos os dias. 
Ninguém ouviu o meu pedido, quase desesperado, para que ele fosse o mais depressa possível. Foi tudo ao contrário. Ele ficou sempre aqui, a moer o meu coração sempre tão pequenino de todas as vezes que o via. Só queria não ter que confrontar os erros mas os erros nunca saíram da minha frente. Creio que, apesar de tudo, eu nunca gritei o suficiente para que alguém me ouvisse. Pedi, sempre em surdina, num misto entre querer que estivesse bem longe de mim e a necessidade de nunca o perder de vista. 
Não sei bem se alguma vez quis mesmo, senti mesmo. Só queria que ficasse tudo bem mas não me lembrei que adiar o inevitável é morrer em pedaços. 
Ele continua aqui. Sempre, na minha vida. Nunca saiu, nem por um segundo e - creio eu - se o destino existe, quis que eu aprendesse que fugir é coisa de fracos.


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