Em 2009 comprei um caderno. Capa preta, folhas lisas. Esse ano foi o primeiro em que tive um caderno de capa preta sempre, sempre comigo. Todos eles estão cheios das minhas angústias de adolescente. Escrevia regularmente, passava os meus textos para o meu blogue da altura [que entretanto apaguei] e, por mais estúpido que possa parecer, era a minha terapia e a minha forma de fazer [todos os dias] uma das coisas que mais prazer me dava.
Hoje voltei a encontrá-los, escondidos entre os livros. O último data do início de 2012. A partir daí nunca mais escrevi num caderno de capa preta. Nunca mais. Deixei de fazer o exercício diário de passar para o papel as coisas da minha vida, as minhas histórias.
Tinha uma pasta guardada no computador, cheia de documentos que substituíram o caderno preto mas apaguei-a.
Sem saber porquê e de forma um pouco inconsciente tenho vindo a apagar tudo aquilo que escrevi. E o que não apaguei, esqueci que existia.
Correndo o risco de parecer que voltei aos meus quinze anos, ou coisa que o valha, fica uma das poucas frases [de todos os cadernos] que ainda consigo achar coerente:
" (...) ensinou-me uma das lições mais importantes desta vida: não podemos perder o que nunca nos pertenceu"
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