28 de março de 2014

eu, ridícula me confesso

Existem muitos tipos de fobias. A tudo e mais alguma coisa. No meu caso tenho uma fobia incontrolável a abelhas e vespas. Nunca fui picada, nunca nenhum animal destes me fez mal. No entanto, não consigo estar perto deles sem ter um ataque de histeria.
Já quis sair de um carro em andamento porque entrou uma abelha no carro. Já saí de muitos sítios numa pilha de nervos. Já chorei baba e ranho. Agora tenho tentado controlar-me mais e já estou a conseguir... mas só em espaços exteriores. Dentro de casa o cenário muda totalmente de figura.
Hoje cheguei a casa e decidi abrir as janelas todas para arejar (também devo ter um bocado de claustrofobia), fui aquecer o almoço e sentei-me a comer e a ver televisão. Ironicamente estava a dar uma reportagem sobre um tipo qualquer de vespa encontrado no Porto e pensei "olha, a ver se esta não se cruza comigo". De repente comecei a ouvir um zumbido e voltei a pensar "epá, o barulho da vespa ouve-se mesmo bem na televisão". Antes fossem as maravilhas tecnológicas.
Entrou uma vespa em minha casa e comecei interiormente a contar até, sei lá, 40000. Pensei que ela ia acabar por sair mas entretanto entrou outra. A coisa complicou-se. Comecei a gritar - completamente sozinha em casa - e entrei em pânico. Fechei-me na cozinha a tremer por todos os lados como se tivesse um crocodilo à minha frente e estivesse em risco de morrer.
Instantaneamente e sem qualquer possibilidade de controlo, desatei a chorar. O meu cérebro não me deixava sair e ir até à porta. Não sabia da chave, não conseguia ir fechar as janelas.
Depois de duas chamadas a relatar o meu pânico consegui agarrar na mala, fechar uma das janelas e sair. Enfiei-me no autocarro e fui afogar as mágoas num hamburger do Mc Donalds com direito a batatas e coca-cola. A cada dentada só pensava "A sério, Carolina? A sério? Estás aqui a comer que nem um alarve porque tinhas duas vespas em casa?". E estava, efectivamente. 
Voltei a casa a coçar-me toda (acontece sempre) e como tinha deixado uma janela aberta quis acreditar que tinham saído. Inspeccionei tudo. t-u-d-o. Dei um salto de cada vez que ouvia um barulho. 

Sobrevivi. Mas gostava de me curar. Sei que é algo que não consigo controlar mas ao mesmo tempo sinto-me um pouco - muito - ridícula.

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