1 de março de 2015

o ginásio

Serve esta publicação para dois fins distintos: para não pensarem que morri. Na verdade, tenho este texto em rascunho faz já uma semana. Mas estava inacabado e eu estava sem coragem para o acabar.

Serve ainda para vos dizer que fiz um levantamento sobre os vários tipos de pessoas que frequentam ginásios. Especialmente aquele onde vou mas sem nunca esquecer que já estive em mais dois ou três. Passo a enumerar:

- a terceira idade: Este grupo é mais válido para o ginásio onde estou actualmente. A terceira idade é, tal como o próprio nome indica, o grupo de séniores que procuram um espécie de fisioterapia mas sem recorrer aos hospitais públicos. São ainda aquelas pessoas que quando as encontramos no balneário nos contam a vida toda desde os tempos em que andavam atrás do pai e da mãe, passando pela juventude, o namoro à janela, o casamento aos vinte e os filhos. O reumático, as doenças vasculares, as quebras de tensão e outras coisas do género.

- os turistas: São os que vão ao ginásio apenas para ocupar espaço e para justificarem aos amigos que também conseguem ser saudáveis. Sentam-se nas máquinas, fazem duas repetições e descansam dez minutos. Sentados na máquina que as outras pessoas querem utilizar e não podem. Falam ao telefone, queixam-se da vida e até fazem um ar como se tivessem corrido a maratona mas sem sair do sítio.

- as gajas boas: De forma resumida são aquelas mulheres que usam as leggins mais apertadas que encontraram na Primark e um top que na realidade é um soutien e que lhes aperta os peitos até (quase) saltarem. Levam o tempo a fazer exercícios frente ao espelho enquanto pensam no quão giras são.

- Os zés: São o meu grupo preferido e aquele que evito apanhar no ginásio. Chamo-lhes o Zés não por não gostar do nome mas porque me faz lembrar gente parva. São uns frangos com 15 ou 16 anos que tentam levantar trinta vezes o peso deles. Quase que lhes saltam as veias, os músculos, a pele e até mesmo os olhos. Ficam vermelhos que nem um tomate, fazem uns barulhos suspeitos e um pouco ridículos e vão em grupos. Calculo que seja porque são precisos pelo menos cinco para levantar aquele peso todo.

- Os outros zés: Na verdade existe mais do que um tipo de Zés. Estes são os que estão tão inchados, que se lhes espetarmos uma agulha no braço, é capaz de rebentar (assim tipo balão, estão a ver?). Tomam trinta suplementos, usam camisolas de cavas e justas e não perdem um dia de treino. Transpiram muito e, por consequência, cheiram mal. Acham-se os maiores e nunca estão satisfeitos. São um grupo muito chato porque ocupam sempre as máquinas todas e passam, no mínimo, três horas no ginásio.

- Os geeks: Vão ao ginásio carregados de aplicações no Iphone ou Android. As funções são variadas: contar os passos, as pulsações, o ritmo da corrida, os quilómetros, as calorias, a passada, os batimentos por minuto, o número de abdominais, o tempo de prancha, as músicas indicadas para um melhor rendimento, e muito mais. Na verdade passam mais tempo a iniciar e desligar aplicações do que propriamente a fazer alguma coisa mas vão sempre de telefone no braço e de fones nos ouvidos como verdadeiros atletas.

- Eu e os iguais a mim: Vamos ao ginásio sempre que podemos mas rogamos pragas todos os dias. Queríamos ter nascido com o corpo da Irina ou com os músculos do (inserir nome de um homem que vos inspire). Infelizmente, ou somos gordos ou somos escanzelados. Vamos lá porque queremos resultados mas ficamos sempre muito tristes quando saímos e estamos iguais. Só queríamos que a genética tivesse sido favorável... Mas na vida não se pode ter tudo!

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