Ontem tive um dia mau. Um dia daqueles mesmo estúpidos que começam logo a enervar assim que o despertador toca. Especialmente porque ignoramos o despertador e adormecemos. Foi um dia daqueles em que revirei o armário inteiro...I-N-T-E-I-R-O para encontrar alguma coisa para vestir e, mesmo assim, saí feita tronga de casa. Nem estava calor, nem estava frio. Nem chovia, nem fazia sol. E quando os dias começam logo assim-assim, quando nem são carne nem são peixe, são dias chatos.
Dois minutos depois apercebi-me que nem tinha trazido o passe comigo para Lisboa. Entrei em pânico. Começou a chover. Tive que dar mais dinheiro à Carris.
Apanhei duas ou três (quatro ou cinco, se calhar. Perdi a conta.) molhas valentes. Um idiota passou numa passadeira a abrir e molhou-me os sapatos todos. Andei a "chapinhar" dentro deles. As escadas do metro da Baixa estavam avariadas. Ia caindo das outras por causa de outro idiota que se atravessou no meu caminho.
Ahh, resumindo: Tive um dia daqueles em que se alguém me viesse com aquelas teorias de que o que importa é estar vivo e aproveitar as coisas boas da vida levava uma lambada no focinho.
No fim disto tudo, estava um rapaz a cantar de forma divinal nas ruas da Baixa. De forma tão divinal que fiquei durante um tempo indeterminado a olhar e a pensar como é que é possível o David Carreira andar a fazer duetos com o Snoop Dogg e aquele rapaz estar ali a pedir esmola.
Hoje já foi melhor. Não precisam de se preocupar.
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