15 de março de 2013

O que é que um autocarro da carris, uma lata de sardinhas, um transporte de gado vivo e o circo têm em comum? Muita coisa.

Nota: Para escrever esta publicação até me dei ao trabalho de fazer pesquisa. Opááá. Que fixe.

Não, não é nada fixe. Todos os dias faço percursos nos autocarros da Carris. Todos os dias saio de casa com antecedência para conseguir chegar a horas à faculdade e todos os dias saio da faculdade na esperança que um fantástico autocarro me leve a casa. Todos os meses os senhores da Carris (e os do metro e os da cp) fazem questão de me avisar que está na altura de largar trinta e cinco euros ou então levo uma valente multa se for apanhada. Seria expectável que tudo isto corresse na normalidade, certo? Seria expectável que os autocarros cumprissem os horários que estão disponíveis para os clientes, certo? E mais expectável ainda seria que esses mesmos autocarros servissem para os utentes irem do ponto A ao ponto B em segurança, não é? Pois, parece que não. Principalmente esta semana que agora termina, andar num autocarro da Carris transformou-se numa verdadeira aventura. Uma aventura que começa logo quando chega à paragem e é preciso que todas as pessoas que estão acumuladas lá entrem. Ora pois, não dá. Ou melhor, dá. Mas é preciso que os pés se levantem do chão e que a nossa cara fique colada a uma qualquer parte do corpo de outra pessoa. Dá se cada uma das pessoas fizer um número de circo, tipo contorcionista. Entram crianças, entram idosos, entra toda a gente e praticamente não há espaço para outra pessoa se levantar e ceder o lugar. Isto é triste. É triste pagar um valor todos os meses para ter que andar num autocarro, de pé, aos encontrões a tudo e todos. É triste pagar esse valor e quando chega o autocarro meia hora depois do que era suposto não haver espaço para entrar e ter que esperar pelo próximo. É triste pagar para andar num transporte que mais parece um daqueles transportes de gado vivo em que os animais vão todos amontoados e só se conseguem ver é muitas cabecinhas apertadas e quase sem ar.
Segundo o site da Carris, os compromissos com o cliente passam por coisas como "Promover ações que garantam a segurança do cliente" ou "Definir os horários de forma ajustada à procura, adotando rapidamente  medidas corretivas que se revelem necessárias". Não percebo onde está a concretização destes objectivos... Escrever é bonito. Receber dinheiro também é muito giro. Mas concretizar já é mais difícil.

Se calhar é melhor lembrar a estes senhores que o objectivo é transportar pessoas. Não é gado nem sardinhas enlatadas.

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